Ampliação de áreas de
zoneamento urbano pode provocar alagamentos |
O vereador Marcos
da Luz (PT) participou ontem (quinta-07) da Audiência Pública promovida pelo
Poder Executivo para iniciar o processo de revisão antecipada do Plano Diretor
- Lei Municipal nº 3.759/2012.
Na opinião do parlamentar, o Executivo
precisa justificar melhor a necessidade de se promover modificações no Plano
Diretor. “Porque esta antecipação? Será que estão mesmo cumprindo as
prerrogativas legais para esta proposta?”, indaga. Legalmente, a revisão
deveria ocorrer só no próximo mandato.
“Sob a alegação que o município
precisa crescer, gerar empregos e outras afirmações que agradam aos ouvidos dos
moradores, a Prefeitura pode estar propondo algo que vai tornar nossa cidade
insustentável, com agressão ao meio ambiente, com procedimentos que podem
prejudicar nosso sistema viário, isolando bairros do município e comprometendo
o fluxo entre nossa cidade e outras da região durante o período chuvoso”,
enfatiza Marcos da Luz.
Para ele, a ausência da continuidade de
obras de macrodrenagem em Fabriciano e a provável alteração no uso e ocupação
do solo nos bairros mais altos do Melo Viana e principalmente nas partes altas
do Caladinho, poderão provocar maiores problemas nos períodos chuvosos e que
não terão soluções futuras.
“Isto sem levar em consideração os
prejuízos materiais dos moradores ao terem seus imóveis alagados durante as
chuvas”, completa o vereador. Afirmando que irá levar ao conhecimento da
população todas as possíveis consequências, principalmente àqueles moradores e comerciantes
que poderão ser diretamente prejudicados, por estarem alocados nas avenidas
Tancredo Neves, Magalhães Pinto e em outras regiões próximas da margem do ribeirão
Caladão.
Marcos da Luz disse que este é um
assunto sério, para o qual todos devem ficar atentos quanto a estes cuidados.
“Vamos trabalhar diante desta proposta do Executivo, a partir da apresentação
da matéria, de forma muito corajosa, porém equilibrada, exercendo o nosso
mister e realizando uma oposição séria, qualificada e de muita responsabilidade
para com o município”, enfatiza.
“Nós queremos saber quais as
inconsistências que estão apontando no plano atual e o que vai ser proposto
como alternativa para o nosso sistema de drenagem, que poderá não comportar o
aumento volumétrico das águas”, assevera. Para tanto, na opinião do vereador, a
elaboração do novo plano deve ser precedida de amplos e rigorosos estudos
técnicos, inclusive geológicos.
Contexto
A Audiência Pública aconteceu
justamente na semana em que se comemora do Dia do Meio Ambiente (5 de junho),
quando todos olhares deveriam estar voltados para a proteção e preservação
ambiental. Em síntese, uma das preocupações do parlamentar se deve à questão da
possibilidade real de o novo Plano Diretor autorizar obras de construção em
áreas de encostas hoje consideradas não ocupáveis pela legislação urbanística
do município.
A cidade tem uma topografia
montanhosa, com áreas de solos instáveis, que exigem a necessidade de serem
protegidas, senão podem provocar riscos ambientais maiores. Estas áreas são de
contenção das águas pluviais, que servem de bacia de drenagem natural para
absorção pelo solo. Se forem destinadas meramente ao interesse da exploração
imobiliária pode levar a sua impermeabilização e provocar grandes enchentes em
épocas de chuvas fortes.
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