Matéria
pede que seja incluído o símbolo do autismo em placas de supermercados,
bancos e farmácias para o atendimento preferencial, assim como acontece
com idosos, gestantes, pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
Dados mostram crescimento de 85% dos casos diagnosticados
Por unanimidade, a Câmara Municipal de Coronel Fabriciano aprovou
nesta terça-feira (6), em reunião ordinária, o Projeto de Lei nº 2820/2017,
de autoria do vereador Marcos da Luz (PT), que obriga estabelecimentos
públicos e privados da cidade a inserirem nas placas de informação de
atendimento preferencial, o símbolo internacional do autismo.
Na
prática, a proposta institui, de forma oficial, o atendimento
prioritário para as pessoas diagnosticadas com autismo ou Transtorno de
Espectro Autista
(TEA) em locais como bancos, farmácias, supermercados e restaurantes,
assim como acontece com idosos, gestantes, pessoas com deficiência e
mobilidade reduzida.
“A situação de uma fila, demorada e com muitas pessoas, é extremamente incômoda para um autista,
em especial, para uma criança. No caso da Síndrome de Asperger, o
transtorno, por vezes, não é aparente e as outras pessoas da fila não
entendem o que ocorre, como aconteceria com um deficiente visual ou um
cadeirante, por exemplo”, disse Alessandre Bragança, membro do Centro de
Integração Azul (CIA), entidade de pais e amigos das crianças autistas.
"Cria-se uma situação em que a mãe, se exigir o atendimento prioritário,
não será compreendida, pois ainda é um transtorno pouco conhecido pelas
pessoas, e ao mesmo tempo, continuar na fila pode trazer um
constrangimento e um sofrimento ainda maior para a criança", afirmou o
vereador.
Dados
da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que, no fim dos anos de
1980, somente uma a cada 500 crianças eram diagnosticadas com autismo, e
hoje, passou para uma a cada 68, um aumento superior a 85%. Ainda não
existem estudos no Brasil que determinam o número exato de autistas, mas as organizações não-governamentais que cuidam do tema estimam em mais de 2 milhões.
O
projeto de lei de Marcos da Luz propõe punições para os
estabelecimentos que não cumprirem a determinação, começando por
advertência, passando para a multa e, no caso do terceiro
descumprimento, a suspensão temporária do alvará de funcionamento do
estabelecimento até o regular atendimento.
"Mais do que o símbolo na placa, a lei oficializa o atendimento
prioritário, faz com que as pessoas entendam o transtorno, passem a
conhecer e o respeito surja. Hoje, apesar da placa, já se tem a
consciência de que é preciso dar lugar para uma mulher grávida, por
exemplo", disse Da Luz.
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