quinta-feira, 27 de maio de 2010

A Praça é do povo


Independente de credo, etnia, condição sócio-econômica, “a praça é do povo, como o céu é do condor”, parafraseando o poeta Castro Alves. Aqui, me refiro a Praça da Estação, em Coronel Fabriciano, no coração da cidade, local onde o fabricianense ocupa, protesta, festeja, se encontra.
Nos próximos três finais de semana teremos nessa Praça grandes eventos religiosos, marcando a diversidade de nossa gente. Nos dias 29 e 30 de maio agora acontece o encerramento da programação comemorativa dos 60 anos da Primeira Igreja Batista. No dia 05 de junho está programado o “2º Jesus Folia”, promovido pela mocidade da Igreja Quadrangular. E já no dia 12 de junho, Dia dos Namorados, teremos a festa de aniversário dos 42 anos da Rádio Educadora, um mega evento com o Padre Reginaldo Manzotti, da Igreja Católica. Milhares de pessoas são esperadas nestes eventos.
No dia-a-dia a praça é visitada por transeuntes, pessoas dos bairros, das cidades vizinhas. Todas às sextas-feiras os frequentadores da Feiracel curtem o happy hour na praça, uma conversa gostosa nas barraquinhas ali instaladas próximas à fonte, em meio ao monumento “Os 5 Elementos da Natureza”, da renomada Vilma Nöel, artista do mundo.
Foi feliz a Administração Municipal que desfez aquele velho e arcaico ponto final - um verdadeiro garajão central de ônibus - e construiu esta bela praça que hoje é um cartão postal da cidade de Fabriciano. Que resistiu e ainda resiste às críticas inconsequentes dos que “querem o fim” da praça. A questão do trânsito e do estacionamento tem que ser pensada numa outra ótica. O aumento vertiginoso da quantidade de veículos circulantes nas cidades acarretou este problema, que é sério e exige o estudo de alternativas possíveis.
A cada ano, no último governo, a frota cadastrada da cidade crescia em torno de 15%. Um absurdo! Saimos de 16.404 para 25.489, em quatro anos, o número de veículos automotores emplacados na cidade, incluídos carros, motos, caminhões, etc. Fruto da significativa melhora da política econômica nacional, dos incentivos fiscais, como a redução do IPI, e a facilitação do crédito, além do considerável aumento do poder de compra do trabalhador.
E a cidade, que já não foi planejada quando do seu surgimento, não tem como crescer ou se espichar para absorver em suas ruas e avenidas este volume de novos veículos que circulam prá lá e prá cá. Portanto, são necessárias alternativas, que não seja transformar a praça em espaço para a máquina. A praça é para gente, para o ser humano. O Poder Público está fazendo a sua parte, disciplinando o trânsito e harmonizando a relação pedestre-motorista-motociclista-ciclista.
A falta de vagas e o congestionamento não são problemas só daqui, só da nossa região. Em outros centros têm sido utilizados espaços privados, até verticais, para o estacionamento. Além da ideia do rodízio de placa para o uso do veículo, como é o caso de São Paulo. Temos também que imaginar o uso prioritário de transportes coletivos. Se três vizinhos trabalham na mesma fábrica e nos mesmos horários, por que não irem juntos num carro só, revezando o veículo e racionalizando custos?
Mas, voltando à nossa Praça da Estação, sua localização e seu uso já foram frutos de intenso debate na sociedade fabricianense, mesmo antes da construção. Certo é que hoje o espaço aproxima a população da sua cidade, promove o encontro de pobres e ricos, negros e brancos, num mesmo ambiente, numa mesma energia. Integra o centro com os bairros vizinhos e estimula a troca de experiências. Um convívio cidadão e democrático, que também ajuda a fortalecer o comércio e incrementa as atividades econômicas da adjacência.
E a população faz questão de preservar e, sobretudo, de usufruir do local, demonstrando um carinho pelo bem público e coletivo. Afinal, a praça é do povo.

Marcos da Luz, vereador pelo PT de Coronel Fabriciano

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